Ratos de laboratório vão ser personalizados

No futuro, cientistas testarão medicamentos em uma cobaia personalizada para você
por Redação Galileu
 
 
     Você não está se sentindo bem, vai ao hospital e faz uma bateria de exames. Junto com o resultado dos testes, você ganha um rato imunodeficiente personalizado. Ele irá receber um transplante de seu tecido e é nele que médicos testarão o melhor tratamento para o seu problema.

    A ideia é que os especialistas poderão usar vários tipos de remédio ou de terapia e, se der errado, não tem problema (pelo menos até as entidades de proteção aos animais ficarem sabendo) – afinal, é um rato de laboratório que está sendo usado e não você. O paciente receberia apenas o tratamento que curou o bichinho e não causou nenhum problema grave.
    Foi isso o que aconteceu em um recente estudo sobre o câncer de pâncreas, feito na Austrália. Ratos imunodeficientes receberam um implante do tecido canceroso de um paciente para que o tratamento fosse testado primeiro nele. Foi assim que foi comprovado que um medicamento para diminuir o tamanho do tumor poderia ser usado naquela pessoa.
     Vale lembrar que o bichinho precisa ter problemas no sistema imunológico para que seu organismo não rejeite o transplante.
     Já em outro estudo, pesquisadores da Universidade de Columbia implantaram células tronco da medula óssea de pacientes nos ratos, para que eles tivessem um sistema imunológico como o de humanos. Com essa “transformação”, os animais mutantes poderiam ser usados para testar tratamentos para doenças auto-imunológicas com mais precisão. O mesmo método deve ser usado no estudo de terapias para a Diabetes 1.
     O lado ruim é que “personalizar” uma cobaia de laboratório pode demorar um bom tempo – meses, no caso da pesquisa de Columbia. Mesmo assim, tratando de uma versão “virtual” de um paciente, os médicos podem investir em métodos mais arrojados e, ao fim, ter como resultado o tratamento perfeito.